“Petróleo para quê e para quem? Caminhos de resistência na perspectiva da justiça ambiental”.

A partir destas provocações a RBJA (através da FASE, CPP, CPT e AHOMAR) reuniu cerca de 40 pessoas dos Estados do RJ, ES, BA, RN, AC, PA e MA, entre pescadores e pescadoras, quilombolas, camponeses e camponesas, pesquisadores e ativistas.

Em todos os Estados é comum a situação de conflito com as petroleiras. Foram diversos depoimentos sobre expulsão de moradores e pescadores, vazamentos, derramamento e contaminação, falta de indenização, repressão e ameaças por milícias armadas, imposição da exploração sem direito dos moradores a escolha, desvio da exploração ou gasodutos em áreas de grandes proprietários e empresas, destruição de plantios, casos de violência contra as mulheres por trabalhadores, explosões sísmicas e extermínio dos peixes, empobrecimento das famílias em áreas de exploração, falsas promessas de empregos, tentativa de transformar pescador em criador de peixe, casas derrubadas, poços abandonados em terras agora improdutivas, transformação de áreas de conservação para polos industriais e navais, proximidade de dutos e poços com casas de moradores, poços sem proteção, aumento de casos de câncer no entorno das áreas de exploração, restrição de acesso em terra e no mar, compensações inadequadas.

Além das petroleiras, sobretudo a Petrobrás, também foi apontada a violência pelas empresas terceirizadas e a responsabilidade pela omissão ou conivência de órgãos públicos federais como o IBAMA, INCRA, Marinha e Fundação Cultural Palmares.

Cada um, a seu modo, vem buscando formas de resistir em seus territórios e enfrentar esta invasão. Compartilhar mais estas estratégias e construir planos comuns foi uma recomendação necessária para o fortalecimento desta luta por justiça ambiental e por áreas livres de petróleo.