Campanha denuncia bloqueio de rio por estrada do Porto Suape

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Em Pernambuco, construção de complexo portuário vem causando diversos impactos sociais e ambientais

10 de novembro de 2021
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Iniciativa do Fórum Suape – Espaço Socioambiental em parceria com a comunidade quilombola de Ilha de Mercês e com a Ação Comunitária Caranguejo Uçá, a Campanha Rios Livres, Mangues Vivos, surgida em Pernambuco, vem denunciando uma série de impactos gerados pela instalação do Complexo Suape em Cabo de Santo Agostinho, que além de prejudicar os manguezais, bloqueou o Rio Tatuoca (Ipojuca), por meio de uma estrada irregular.

“A campanha tem como objetivo exaltar a importância dos ecossistemas estuarinos para o meio ambiente e para as comunidades da pesca artesanal, denunciar as ações danosas contra eles e cobrar providências das autoridades competentes”, dizem os organizadores. A iniciativa vem divulgando uma série de vídeos e entrevistas em podcast com lideranças das comunidades impactadas, pesquisadores, acadêmicos, ativistas e outras pessoas reunindo informações, análises e denúncias.

A Rios Livres, Mangues Vivos pontua que Suape é uma empresa pública do Estado de Pernambuco que vem investindo cada vez mais no marketing socioambiental, vendendo a ideia de ser um exemplo de sustentabilidade, embora as práticas passem longe dos discursos proliferados. A situação que impulsionou o início da campanha se deu por conta do bloqueio do rio.

“O rio Tatuoca foi barrado em 2007 pela empresa pública SUAPE, sem qualquer consulta às comunidades pesqueiras. O barramento foi licenciado pela CPRH para ser provisório e ser retirado em cerca de 1 ano e 6 meses. No entanto, o rio foi mantido barrado durante cerca de 14 anos, causando a gradativa morte do mangue e um prejuízo incalculável para quem dele depende. Desde 2008, comunidades, organizações e movimentos sociais lutam pela abertura completa do barramento”, aponta a campanha.

O impacto da obra, que separa cursos hídricos que se uniam nas marés altas vem gerando áreas sufocados e danos aos manguezais, levando ao desaparecimento de algumas espécies e redução da população de outras como peixes, moluscos e crustáceos que habitam o ecossistema, impactando também a população humana que depende do manguezal para sua sobrevivência alimentar e financeira.

Além de prejudicar o meio ambiente, o Complexo de Suape, que tem a indústria de petróleo e gás como um de seus principais atores, também vem impactando na destruição das culturas tradicionais do entorno e no aumento dos índices de criminalidade do Cabo de Santo Agostinho, segundo relatam ativistas e organizações de defesa dos direitos humanos.

 

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