Campanha Nem Um Poço a Mais
Boletim Maio 2021
Surgida em 2015, a Campanha Antipetroleira Nem Um Poço a Mais vem articulando movimentos sociais e organizações ligadas a pescadores artesanais, quilombolas, camponeses indígenas, além de ambientalistas, defensores de direitos humanos, artistas, acadêmicos e outros, em torno uma questão fundamental: a superação da civilização petroleira, cuja energia que a movimenta está baseada principalmente em combustíveis fósseis, poluentes e não renováveis. Sociólogo Marcelo Calazans fala sobre a “petrodependência” de nossa sociedade e as propostas da Campanha Nem Um Poço a Mais.
A dependência ao petróleo se alastra como uma epidemia social, nos tornando cúmplices de um genocídio socio ambiental. Para cada facilidade urbana proporcionada pela exploração do petróleo, atingimos algum grupo social ou um ecossistema. Os dutos que transportam o gás de cozinha que utilizamos para fazer receitas maravilhosas, provocam acidentes (às vezes fatais) nas comunidades quilombolas, poluem seus mananciais com vazamentos, transformam a paisagem silvestre em paisagem industrial.
Os territórios onde se instalam as infraestruturas de petróleo, geralmente, tem seu solo e o lençol freático contaminados, emissão efluentes líquidos nos rios e nos mares, e contaminação do ar por queima dos combustíveis causando as mudanças climáticas e a chuva ácida por conta das refinarias e o adoecimento do corpo e da saúde mental da população.
Seminário Nem Um Poço a Mais – Painel 2: Poluição, […]
Um dos mais graves crimes socioambientais dos últimos anos, o derramamento de óleo de origem desconhecida que atingiu o litoral do Nordeste e parte do Norte e Sudeste brasileiros em 2019. Foram 130 municípios afetados em 11 estados. O acontecimento virou alvo de investigação por uma Comissão Parlamentar de Inquérito, conhecida como CPI do Óleo, criada em novembro do mesmo ano na Câmara Federal. Porém, o prazo terminou e não foi renovado após articulação do governo federal com o chamado bloco do “centrão” no Congresso Nacional. “Um crime sem culpados nem punições agora é também um crime que sequer será investigado por parlamentares”, questionou o jornal pernambucano Marco Zero. “A forma como o governo Bolsonaro e seus aliados trataram o maior derramamento de petróleo da história do Atlântico Sul é mais uma prova da vergonhosa política ambiental do Brasil”.
A indústria petroleira nunca é segura. Sempre contamina a água, o ar, a terra, a floresta, os corpos e territórios. Suas operações sempre derramam. Seus resíduos tóxicos e derivados estão diretamente associados a câncer, doenças respiratórias e morbidade. Que o digam os habitantes camponeses e indígenas, ativistas e pesquisadores, dos territórios submetidos à extração na Amazônia equatoriana e brasileira ou à indústria petroquímica em Duque de Caxias, na baixada fluminense do Rio de Janeiro. Por outro lado, cuidar da saúde das pessoas e comunidades contaminadas é um enorme desafio. Da luta por reparação ao autocuidado nas comunidades, este painel traz diferentes experiências em um horizonte integral da saúde. Cuidar das pessoas e da natureza formam um só cuidado.
O Podcast Pílulas para a Transição Energética lançado pela Campanha Nem Um Poço a Mais, aponta alternativas limpas e relativamente simples que podem ser implementadas em comunidades para gerar energia e autonomia nos territórios. Na primeira edição, o podcast conta sobre o primeiro curso para formação de Agentes Comunitários para a Transição Energética, nossos entrevistados são Fabíola Melca e Rafael Pacca.
Em 2021 a campanha “¡Pesca sí, petróleo no!” completa 5 anos no Peru. Marcando a luta pela reivindicação das comunidades costeiras também no Brasil e a defesa dos territórios contra a contaminação petroleira. Saiba mais clicando aqui.
Já imaginou como seria a vida em um mundo sem a exploração de petróleo? Livre da contaminação dos rios, mares, solos e mentes? Saiba mais sobre o concurso de contos aberto no Equador para sonhar com um mundo livre de petróleo.
Confira a Declaração da Plataforma Latinoamericana e do Caribe por Justiça Climática preparada frente a Semana do Clima regional que ocorreu do 11 ao 14 de maio na República Dominicana.
A união de cinco artistas do Espírito Santo resultou na composição coletiva da música Nenhum Poço a Mais, que foi lançada em março junto com um videoclipe gravado em Vitória.
A resistência dos moradores de Ilha de Maré frente aos impactos provocados pela exploração de petróleo e gás na Baía de Todos os Santos, local que a população utiliza para prover o seu sustento, que vem da pesca e da cata de mariscos.
Durante aproximadamente 13 anos, a Praia da Gamboa, em Itaipava, Itapemirim, no Espírito Santo, esteve sob a ameaça da construção de um porto de logística para a exploração do petróleo em alto mar. Recentemente, a empresa Edison Chouest desistiu do empreendimento! Para reafirmar simbolicamente o nosso desejo de manter a Gamboa livre para a vida, a poetisa e atriz Ivny Matos e o cineasta Ricardo Sá produziram um videopoema.