Campanha Nem Um Poço a Mais

Boletim #3 – Setembro 2021

A Ferro e Fogo: o Espírito Santo em ação.

Depois de remover montanhas, para vender mármore e granito.
Depois de devastar a mata atlântica e os territórios tradicionais, para plantar desertos verdes.
Depois de contaminar toda a região metropolitana, para exportar minério de ferro.
A nova fronteira do progresso capixaba é a exploração do mar.
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Offshore, costa afuera, mar adentro.
Shell, Equinor, Total, Chevron, Petrobras, Repsol, Petrocity
Porto Central, Porto Roterdã, Van Oord, ExxonMobil, Jurong
Plataformas, dutos, portos, navios, terminais de óleo, unidades de processamento de gás, estaleiros, termelétricas, refinarias, dragagens.
Promessas. Promessas. Promessas.
De emprego. De desenvolvimento.
Para que? Para quem?
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No mar, destroem corais, berçários e laminhas. Interditam acesso.
Em terra, ao longo da costa, contaminam praias, mangues, rios, alagados, matas de restinga.
Devastam a pesca artesanal.
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Nas zonas de sacrifício
Os condicionantes não condicionam. As compensações não compensam.
Sem salvaguardas concretas, o Estado licencia geral. Passa a boiada.
Para que? Para quem?

  • A Igreja de Nossa Senhora das Neves, no município de Presidente Kennedy, recebe anualmente uma das maiores romarias do Espírito Santo, atraindo também devotos do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Porém, a instalação do Porto Central no entorno, além de fortes impactos sociais e ambientais, também deixará a igreja, que é tombada como patrimônio histórico e cultural, praticamente ilhada em meio ao mega empreendimento portuário. A reportagem é de Vitor Taveira para o jornal Século Diário.

  • Filme da FASE-ES em parceria com a Campanha Nem Um Poço a Mais alerta sobre o impacto da indústria petrolífera em nossos manguezais. Sob a proteção de Nanã, "O Sumiço do Caranguejo” revela a realidade de quem vive os impactos do petróleo no seu território. O filme foi lançado no final de julho durante o evento internacional School of Ecology (Escola de Ecologia), organizado pela rede Oilwatch na África.

    Com a participação de mais de 10 países de todo o mundo, o evento de dois dias debateu proteção ambiental, transição energética e construção de poder popular.

  • Semana Sem Petróleo · Pílulas para a Transição Energética: #3 […]

  • Leia a entrevista exclusiva com Cláudio Zanotelli, um dos organizadores do livro “A notícia como máquina de guerra” (Editora Edufes). A obra aborda questões como governança neoliberal, impactos da exploração petroleira, geopolítica internacional e a narrativa da imprensa em relação à política energética do Brasil, tendo como base mais de 200 reportagens e publicações analisadas por um grupo de pesquisadores ligados à Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

  • Você já refletiu sobre os cosméticos que usa no seu dia-a-dia? A maioria dos cosméticos encontrados no mercado tem petróleo em sua composição. Nessa cartilha, trazemos receitas com ingredientes naturais para que você possa fazer seu próprio cosmético em casa.

  • No último ano, petroleiras tentam começar a expansão para a exploração offshore no mar Argentino. Todos sabem que a exploração petroleira precisa acabar, ninguém duvida dos riscos e consequências destas atividades, mas as empresas insistem em querer continuar expandindo.

    O Mar del Plata diz não às petroleiras! Confira as mobilizações locais que ocorreram na região em agosto para garantir que o petróleo continue em paz debaixo do subsolo.

  • Separar o lixo para reciclagem não resolve o problema do plástico. A campanha Julho Sem Plástico acabou de passar, mas é importante que o debate sobre o plástico se faça presente o ano inteiro. Em análise feita por Barbara Unmüßig e repercutida pela Fundação Heinrich Boll (FHB) Brasil, 5 enganos comuns relacionados ao plástico são desvendados e expostos.

    Se você ainda não viu, confira aqui também o Atlas do Plástico lançado pela FHB Brasil no ano passado.

  • No dia 30 de agosto de 2021, completam-se 2 anos do aparecimento das primeiras manchas de petróleo no litoral da Paraíba, em 2019, e em mais 11 estados naquele ano. O que configurou um dos maiores crimes ambientais já ocorridos no Brasil. Apesar da dimensão do acidente e do tempo decorrido, continuamos sem respostas sobre o que verdadeiramente aconteceu.

    A Campanha Mar de Luta quer dar voz aos povos das águas, saber respostas e reivindicar justiça social aos pescadores e pescadoras artesanais.

  • Em julho de 2021 foi lançado o livro “Frontera hidrocarburífera: Expansión y violaciones de derechos en Sudamérica”.

    Um trabalho coordenado por Milson Betancourt, que nas palavras de Esperanza Martínez, reconhecida ativista ambiental no Equador, “leva-nos em uma excursão muito representativa da América do Sul. Direitos humanos, resistência, naturezas, devastação, expropriação, doentes, mortes, são imagens que o percorrem como num filme de terror, nas suas descrições dos impactos do petróleo nesta região."

  • Mais de 100 organizações do Brasil e do exterior assinam a carta contra o licenciamento para exploração de petróleo da ExxonMobil em Sergipe-Alagoas. A empresa tenta emplacar um mega projeto na bacia de Sergipe-Alagoas ignorando a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na manifestação pública, as comunidades e entidades também denunciam as fragilidades do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do empreendimento que deixou de fora comunidades da área de influência do projeto.

  • A Shell é uma das maiores petroleiras do mundo. Explora petróleo e gás há mais de um século, e segue se expandindo. Por onde se instala, em terra ou no mar, deixa um rastro histórico de destruição social e crimes ambientais. Pensando nisso, o curta metragem produzido pela ONG MilieuDefensie em parceria com a campanha Nem Um Poço a Mais levanta questões sobre a atuação da Shell no Brasil e seus impactos junto às comunidades tradicionais, que sobrevivem em regiões onde a empresa extrai ou transporta petróleo.

  • Petrocorpo é uma vídeoperformance idealizado pelo grupo Corpocêntrica que corporaliza a dor e os impactos sentidos na vida das águas por consequência da exploração desenfreada do petróleo e do descarte irregular de seus produtos.

    As performers deixam fluir por seus corpos a dor em torno do petróleo. As energias despejadas no planeta com o lixo petrolífero reverberam em todos os seres. Os produtos derivados do petróleo estão por toda parte.

    Quais possibilidades temos para o futuro?